DF Legal realiza novas operações e reacende discussão sobre ambulantes em Águas Claras
Em episódios recentes de fiscalização da Secretaria DF Legal em Águas Claras, a tensão entre a pasta, ambulantes, Administração Regional e moradores tem se intensificado. Na última terça-feira (2), a Quadra 107 foi palco de mais uma operação para coibir o comércio ambulante irregular. A ação resultou em apreensões de mercadorias e confusão, causando insatisfação entre os comerciantes, que acusam a secretaria de abuso de poder.
Antes dessa nova etapa de operações, a Administração Regional de Águas Claras havia revogado as licenças de todos os ambulantes da cidade. A decisão, tomada em julho, foi justificada como necessária para reordenar o espaço público, mas acabou gerando forte reação dos trabalhadores, que afirmam não ter alternativas para garantir sua subsistência.
Versão da Secretaria DF Legal
De acordo com a Secretaria DF Legal, a operação realizada na terça-feira (2) visava combater a atividade ambulante irregular no local. A pasta nega qualquer excesso durante a ação, afirmando que a única agressão partiu de um ambulante que empurrou um dos apoios terceirizados. Além disso, a secretaria informou que apreendeu galões de água, tendas, bancos, caixas térmicas, bebidas, comidas e cones.
A DF Legal confirmou que a ação na Quadra 107 faz parte de uma série de operações rotineiras para fiscalizar o comércio ambulante irregular. Na semana passada, por exemplo, no dia 28 de agosto, a secretaria já havia realizado uma ação similar em frente ao Águas Claras Shopping, também por irregularidades.
A voz dos ambulantes
Em contrapartida, o ambulante Leo, que trabalha no local, expressou sua indignação com a operação. Ele acredita que há espaço para todos e que a presença dos ambulantes na rua é um problema social, impulsionado pela crise econômica.
“As pessoas não estão na rua porque querem ou porque querem atrapalhar os empresários, jamais. As pessoas estão na rua buscando a sua sobrevivência”, ele afirma.
Leo, pai de duas filhas, destaca que o comércio informal é sua fonte de sustento. Ele também acusa a administração de falta de diálogo e de dificultar a regularização.
“Não há um diálogo. A gente vai lá na administração falar, aí eles dificultam tudo, e não ajuda”.
O comerciante ainda ressalta que os ambulantes são trabalhadores e pais de família, e merecem respeito.
“Nós não somos bandidos, que estamos ocupando área pública, somos pais de família e trabalhadores”, completa.
Para ele, a situação revela a ausência de um olhar mais humano para as pessoas que buscam apenas sustentar suas famílias.
Administração Regional
Entramos em contato com a Administração Regional de Águas Claras para ouvir a posição sobre o tema, mas até o momento da postagem desta matéria não recebemos resposta.
E você, morador de Águas Claras, o que pensa sobre as operações contra o comércio ambulante na cidade?
Por: Rafaella Iack.
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