Escorpiões: número de ocorrências dispara no DF
Nesse período seco, os registros de acidentes com escorpiões aumentaram no Distrito Federal. De acordo com dados da Secretaria de Saúde, houve crescimento de 43,75% no primeiro semestre de 2025, com 2.073 atendimentos registrados, contra 1.442 no mesmo período do ano passado. Além disso, apenas no segundo trimestre deste ano foram 1.146 ocorrências, superando os 927 casos do trimestre anterior.
Para enfrentar o problema, o Governo do Distrito Federal (GDF) intensificou as inspeções domiciliares. As equipes da Vigilância Ambiental verificam esconderijos, orientam sobre prevenção e reforçam medidas como vedação de portas, uso de telas em ralos, controle de baratas (principal alimento dos escorpiões) e eliminação de entulhos.
“Estamos aumentando as nossas vistorias, tanto com as visitas domiciliares, quanto com o atendimento da ouvidoria”, afirma a agente de vigilância ambiental em saúde Ranny Keatlyn de Oliveira.
Onde está o perigo
Ainda segundo Ranny, o maior risco está nos condutores elétricos, e não apenas nos ralos.
“A maioria da população pensa que os escorpiões acessam as casas por meio de ralos, mas o animal gosta de ambientes úmidos, mas não com água. Então, muito dificilmente ele vai entrar na casa por meio de um ralo que esteja em uso constante. É importante deixar fechado, mas o principal local de acesso vai ser por meio dos condutores elétricos.”
Fatores que favorecem o aumento
O biólogo da Secretaria de Saúde Israel Moreira explica que o avanço dos casos está relacionado a diversos fatores.
“A elevação da temperatura, mudanças no regime de chuvas, urbanização desordenada, descarte incorreto de lixo e desinformação são alguns dos fatores que contribuem para esse cenário.”
Atendimento e tratamento
O atendimento deve ser imediato, principalmente em casos moderados ou graves. O soro antiescorpiônico está disponível em 11 hospitais da rede pública do DF:
Hospital Regional de Taguatinga;
Hospital Materno Infantil de Brasília (atendimento exclusivo para crianças de até 13 anos, 11 meses e 29 dias);
Hospital Regional da Asa Norte (Hran);
Hospital Regional do Guará;
Hospital Regional de Brazlândia;
Hospital da Região Leste (Paranoá);
Hospital Regional de Ceilândia;
Hospital Regional do Gama;
Hospital Regional de Santa Maria;
Hospital Regional de Planaltina;
Hospital Regional de Sobradinho.
O que fazer em caso de picada:
Lave o local com água e sabão;
Não tente sugar, furar ou apertar a área afetada;
Se possível, leve o escorpião ou uma foto dele ao hospital;
Procure atendimento médico o mais rápido possível.
Vale destacar que o soro é mais eficaz se aplicado entre 48 e 72 horas após o acidente.
Contatos de emergência
CIATox: 0800 644 6774 / 0800 722 6001 (atendimento 24h)
Vigilância Ambiental: 162 ou site Participa-DF
Espécies mais perigosas
Segundo o Ministério da Saúde, as espécies do gênero Tityus são as mais preocupantes. Entre elas:
Escorpião-amarelo (T. serrulatus)
Escorpião-marrom (T. bahiensis)
Escorpião-amarelo-do-nordeste (T. stigmurus)
Escorpião-preto-da-amazônia (T. obscurus)
Prevenção é essencial
A recomendação das autoridades é clara: prevenir continua sendo o melhor caminho. Portanto, medidas simples, como manter os ambientes limpos, vedar frestas e eliminar baratas, podem reduzir significativamente o risco de acidentes.
*Com informações da Agência Brasília.
Por: Rafaella Iack.
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